O furacão Beryl, que recentemente perdeu intensidade e foi rebaixado para categoria 3, continua sua trajetória em direção ao México e às Ilhas Cayman, após causar sete mortes e danos significativos no sudeste do Caribe e na Venezuela.
Beryl, inicialmente um furacão de alta potência para o começo da temporada, agora apresenta ventos sustentados de até 200 km/h, conforme o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.
O NHC alerta para a possibilidade de Beryl alcançar a intensidade de um grande furacão ao passar pelas Ilhas Cayman, destacando ventos destrutivos e risco elevado de aumento do nível do mar.
Este furacão é o primeiro da temporada do Atlântico, que se estende de junho a novembro, e tem impressionado cientistas pela sua intensidade precoce.
As mudanças climáticas, responsáveis pelo aquecimento das águas oceânicas que alimentam essas tempestades, aumentam a probabilidade de intensificação rápida de furacões e o surgimento de fenômenos mais poderosos.
Beryl manterá seu status de furacão ao atingir a península mexicana de Yucatán.
Preparativos no México
As autoridades do sudeste do México fecharam escolas e abriram mais de 100 abrigos para a população. Centenas de militares e técnicos foram mobilizados para reparos nas linhas de energia.
O furacão já causou pelo menos sete mortes, incluindo três em Granada, onde tocou o solo na segunda-feira, e um em São Vicente e Granadinas, além de três na Venezuela.
Na Jamaica, mais de 400 mil pessoas ficaram sem energia elétrica.
O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, em vídeo nas redes sociais, pediu que moradores de áreas propensas a inundações ou deslizamentos de terra sigam as ordens de evacuação.
O secretário da ONU para o clima, Simon Stiell, cuja família é de Granada, alertou para a escalada das catástrofes devido às mudanças climáticas.
Líderes locais, como o primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, descreveram cenas devastadoras em ilhas como Carriacou, com casas e infraestruturas severamente danificadas.
O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, estimou que 90% das casas na ilha de União foram destruídas, prevendo uma reconstrução de enormes proporções.
Especialistas destacam a raridade de uma tempestade tão poderosa nesta fase inicial da temporada de furacões do Atlântico.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) previu uma temporada extraordinária, com potencial para quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior, influenciada pelo desenvolvimento do fenômeno meteorológico La Niña e pelas altas temperaturas no Atlântico.
As águas do Atlântico Norte estão significativamente mais quentes que o normal, o que pode intensificar ainda mais os fenômenos meteorológicos.