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Dia de São Pedro: A História do “Santo das Chuvas” e o Primeiro Papa

São Pedro, figura emblemática entre os santos populares, é conhecido, até mesmo por aqueles que não seguem o catolicismo, como aquele que tem o poder sobre as chuvas. É ele quem encerra as festividades juninas neste sábado (29).

No entanto, atribuir a São Pedro apenas o domínio sobre as chuvas é limitar grandemente sua importância na história da Igreja Católica. O papel de Pedro é tão crucial que ele é reconhecido como o primeiro papa da história. Para entender a magnitude desse fato, consideremos que Francisco, o atual pontífice, é o 266º na linha sucessória.

O Simão que se Tornou Pedro

Nos primeiros textos do Novo Testamento, encontramos Pedro associado a outro nome: Simão, seu nome original. Antes de se tornar Pedro, Simão era um pescador na região do Mar da Galileia, hoje parte de Israel. Junto com seu irmão André, foi um dos primeiros discípulos de Jesus. Ambos faziam parte dos 12 apóstolos, entre os quais também estavam Tiago e João, todos pescadores. Com o tempo, outros oito homens foram chamados para completar o grupo.

“Quando Jesus o designou como líder dos apóstolos, ele o chamou de Pedro, que significa ‘rocha'”, explica Fábio Enrique de Souto, padre e professor na Universidade Católica de Brasília.

O Primeiro Papa e Líder dos Apóstolos

Pedro se tornou o líder dos 12 apóstolos e, após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, assumiu a liderança. Por isso, ele é reconhecido como o primeiro bispo de Roma, ou seja, o primeiro papa.

“Historicamente, a Igreja Católica Apostólica Romana se baseia na pedra de Pedro. Ele é fundamental”, diz Valéria Rocha Torres, doutora em ciências da religião pela PUC-SP e mestre em história pela Unicamp.

“Ele ocupou um papel central no cristianismo primitivo. Os papas são chamados de sucessores de Pedro por tradição. Ele recebeu de Cristo o ‘primado da fé'”, acrescenta Felipe Cosme Damião Sobrinho, padre e professor na faculdade de teologia da PUC-SP.

O Martírio e o Legado de São Pedro

A missão de Pedro era monumental: continuar o trabalho de Jesus. Junto com figuras como Paulo, ele pregou a palavra pelo Império Romano.

“Pedro estabeleceu comunidades cristãs seguindo as tradições de Israel, dentro da Palestina. Paulo, por outro lado, espalhou as boas novas de Jesus fora da Palestina. Ambos foram cruciais para o cristianismo”, diz Damião Sobrinho.

Pedro foi martirizado por volta do ano 67, crucificado a pedido do Império Romano. De forma notável, ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, considerando-se indigno de morrer da mesma maneira que Jesus.

A Lenda das Chuvas e São Pedro

No folclore popular, a passagem bíblica em Mateus conferiu a São Pedro um poder místico, incluindo o controle sobre as chuvas.

“Interpreta-se que, se ele tem as chaves do céu, controla o que vem do céu. Isso é mais uma tradição popular do que teologicamente fundamentado”, diz o padre Fábio Enrique de Souto.

As chaves são um símbolo de São Pedro, presente em imagens e pinturas do santo. O brasão do Vaticano, sede da Basílica de São Pedro, exibe duas chaves cruzadas, também no emblema dos papas.

Em tempos de seca, muitos recorrem a São Pedro para pedir por chuvas.

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