Aos 81 anos, Joe Biden enfrenta um cenário complexo em sua campanha pela reeleição como presidente dos Estados Unidos. Após um debate conturbado com seu rival republicano Donald Trump em Atlanta, Geórgia, Biden busca demonstrar sua capacidade de liderança, mesmo sendo o presidente mais velho da história do país.
Os Desafios do Debate
O primeiro debate presidencial foi um campo de batalha para Biden e Trump discutirem economia, aborto, imigração, geopolítica e o ataque ao Capitólio. As trocas de acusações entre os candidatos intensificaram o clima tenso da campanha.
A derrota percebida de Biden no debate gerou um intenso debate na mídia e entre especialistas. Grandes jornais e revistas como The New York Times, The Wall Street Journal, Financial Times e The Economist sugeriram que Biden considerasse abandonar a reeleição, abrindo espaço para outro candidato democrata.
Após o debate, Biden admitiu que sua idade poderia ser um fator problemático: “Não sou tão ágil como antes, apesar dos meus jovens 81 anos”, brincou. Ele reconheceu que sua habilidade de fala e debate não são mais como no passado.
A Idade como Estratégia Eleitoral
Curiosamente, a idade já foi um trunfo na carreira política de Biden. Em 1972, aos 29 anos, enfrentou Cale Boggs, de 63 anos, na disputa pelo Senado de Delaware. Biden usou a diferença geracional como arma, contrastando sua modernidade com a suposta obsolescência de Boggs.
“A geração de Cale Boggs sonhava em derrotar a poliomielite. A geração de Joe Biden sonha em derrotar a heroína”, dizia uma das peças publicitárias da campanha de 1972, comparando desafios passados e atuais.
A estratégia agressiva foi planejada por Biden, buscando retratar Boggs como um “avô” distante dos desafios contemporâneos. A campanha atraiu críticas de Boggs, que, apesar de elogiar Biden pessoalmente, não aprovou a abordagem publicitária.
Biden acabou vencendo Boggs e se tornou senador em 1973, atraindo principalmente o voto jovem com sua campanha vigorosa.