Política

Após recusar reunião do Mercosul, Milei participa de evento da direita em SC

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta segunda-feira (1º) que o presidente da Argentina, Javier Milei, marcará presença no CPAC Brasil, um encontro de lideranças da direita e extrema direita mundial, programado para julho.

O que aconteceu

A notícia foi divulgada por Eduardo Bolsonaro em sua conta no X (antigo Twitter). Segundo ele, após uma conversa com Milei, ficou acertado que o presidente argentino não só participará do evento nos dias 6 e 7 de julho em Balneário Camboriú (SC), mas também se encontrará com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Curiosamente, o CPAC Brasil coincide com a reunião de líderes do Mercosul, para a qual Milei declinou o convite. O presidente argentino já havia informado que não compareceria ao encontro, que ocorrerá nos dias 7 e 8 de julho em Assunção, capital do Paraguai, alegando “agenda sobrecarregada”. Manuel Adorni, porta-voz da Presidência argentina, confirmou que Milei será representado pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.

A ausência de Milei no Paraguai evita mais uma vez um encontro com o presidente Lula (PT). Adorni rejeitou a ideia de que a decisão de Milei estivesse relacionada às recentes declarações do presidente brasileiro. Lula havia afirmado em entrevista que Milei devia desculpas ao Brasil e a ele por ter “falado muita bobagem”.

Esta será a quinta edição do CPAC Brasil. O governo Lula afirmou que não tinha conhecimento da visita de Milei ao país para o evento.

Reação do governo argentino

“Milei não tem do que se arrepender.” Poucas horas após a entrevista, Adorni declarou em coletiva de imprensa que o presidente argentino “não fez nada do que tenha que se arrepender, pelo menos por enquanto”.

O governo argentino informou que Lula e Milei se cumprimentaram na Itália. Mesmo com Milei no poder há mais de seis meses, os dois presidentes ainda não tiveram uma reunião formal. Segundo o porta-voz da Casa Rosada, na recente cúpula do G7 na Europa, Milei “não teve uma reunião bilateral com Lula, mas se cumprimentaram como dois presidentes devem fazer. Nada mais pode ser dito.”

Milei, ao tomar conhecimento da declaração, recusou-se a pedir desculpas, elevou o tom e descreveu Lula como um “esquerdista” com “ego inflado”.

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